Dízimo

        A grande fonte de sustentação da Igreja deve vir da contribuição mensal voluntária de seus membros. Este sistema vem enfrentando muitas resistências e dificuldades. No entanto, é preciso botar fé no dízimo, pois, como dizem nossos bispos, o dízimo é o instrumento mais valioso do que os outros para sustentar a Igreja e sua missão.

Origem bíblica

        Reconhecendo isto, o povo escolhido, desde o princípio, oferecia a Deus o dízimo. Abraão, nosso pai na fé, “deu o dízimo de tudo” (Gn 14,20) a Melquisedec, sacerdote do Deus Altíssimo. Jacó fez este voto: “de tudo o que Deus me conceder, lhe consagrei fielmente a décima parte” (Gn 28,20-22).
    
Gesto gratuito de amor

        Oferecer dízimo é um gesto de louvor, é celebração da bondade de Deus. É gesto que se faz com alegria, mergulhando a nossa vida no mistério de Deus. Se não for espontâneo, de coração, não tem valor. E, é claro, não pode ser resto ou sobra; a Deus se oferece o melhor.

        Oferecer dízimo ao Senhor é como dar presente à pessoa amada: a gente não dá como pagamento, até por que quem poderia pagar por amor? Amor não se paga, se retribui. A gente oferece o dízimo porque, cheios de admiração e reconhecimento, precisamos expressar isso num gesto. Gesto inteiramente gratuito. Não esperamos nada em troca. Mas sabemos de antemão que muito mais do que podemos dar vamos receber. E o amor cresce cada vez mais.

Co-responsabilidade cristã

        Oferecer o dízimo é o sinal de amor à Igreja que nos comunicou o maior dos tesouros: a graça que Deus nos dá em Cristo. A oferta de nosso dízimo é sinal de que somos membros vivos, ativos e co-responsáveis da comunidade reunida por Jesus. O dízimo dá à Igreja a liberdade de caminhar com os próprios pés, sem ter que fazer alianças ou recorrer a formas de arrecadação que não são coerentes com o evangelho. O dízimo é um instrumento para construir a Igreja-comunhão.
        Oferecendo o dízimo, evangelizamos a nós mesmos e damos o testemunho de comunhão necessário para evangelizar o mundo e ainda sustentamos os serviços de evangelização. Com razão podemos dizer: dízimo é um instrumento para evangelizar.

Abrindo as mãos e o coração

        De quanto deve ser a nossa colaboração? A palavra dízimo quer dizer 10%. Mantemos a palavra bíblica “dízimo”, mas não estamos pensando em números. Interessa-nos o espírito do dízimo. Cada família ou pessoa decide o quanto vai oferecer ao Senhor por mês. “Segundo se propôs em seu coração, não de má vontade nem constrangido, pois Deus ama a quem dá com alegria”. (2Cor 9,7)

Expressão de fé e comunhão

        Tem gente que espera para ver se sobra ou entrega qualquer coisa dizendo que é dízimo. Não pode ser assim. O que é importante a gente planeja. É comum nas famílias separar o dinheiro para o supermercado, para a condução, para a prestação e etc. Por que não separar também o dízimo? Se não a oferta não vai ganhar o peso de uma expressão de fé.

        Todos os batizados são convidados a oferecer o dízimo na comunidade. Não é taxa, não é imposto nem qualquer outra obrigação jurídica. Também não é esmola, pois a Igreja somos nós, e ninguém dá esmola para si mesmo. Só pode dar esmola para a Igreja quem está fora dela. Quem está dentro apenas exerce o direito e o dever de estar em comunhão.

Esclarecendo

        A oferta que se dá nas celebrações não é dízimo. O dízimo é uma contribuição regular, ordinária da pessoa cristã consciente da sua participação na vida e missão da Comunidade-Igreja.